O surrealismo, o novo-realismo e o novo romantismo são estilos presentes na obra de Carlos Carreiro, mas não a definem. Nem nenhum outro conceito o faz. Após 47 anos de trabalho, Carlos Carreiro continua a ser um caso único em Portugal: a sua obra é conotada com o narrativo, a crítica social, a ironia e o absurdo, mas remete-nos constantemente para nomes sonantes dos anos 80, com raiz na pop-art, ou numa nova figuração surrealizante entre o naïf e o erudito. A exposição Carlos Carreiro na colecção de Carlos Carreiro, apresentada pela Fundação D. Luís I surge, assim, como uma reunião de obras essenciais para todos os que apreciam o seu trabalho, mas também para as novas gerações que desconhecem este artista português.
A obra de Carlos Carreiro, segundo o próprio, é agressiva, complicada, destabilizadora e não combina com nada, mas cada quadro está repleto de uma paixão obsessiva, com um misto de humor e alegria – apesar de o humor ainda ser considerado coisa imprópria, pouco séria e muito óbvia.
Intitulado por Fernando Pernes «Hieronimus Bosch na sociedade de consumo», Carlos Carreiro foi muitas vezes premiado e reconhecido no mundo da arte e gostaria hoje de chegar às futuras gerações, para que estas olhem a sua pintura com outros olhos e possam até descobrir valores e originalidades que hoje não se percebem.
Outros Dados:
Apresentação em Portugal: Fundação D. Luís I Centro Cultural de Cascais
7 de Fevereiro a 12 de Abril de 2015
Fotografias da galeria gentilmente cedidas pela Fundação D. Luís I / Nuno Lemos.
Imagem em destaque: detalhe de pintura de Carlos Carreiro.